Propostas de Kalil




"Isso aqui é o fim do mundo." E assim termina o vídeo que mostra a visita de Alexandre Kalil a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Belo Horizonte. A fala, claro, é do ex-mandatário atleticano. Antes de qualquer plano de governo ou propostas para a cidade, a principal marca de Kalil é não ter papas na língua. A fama de mal-humorado o acompanha desde a época em que comandava o Atlético e vivia trocando farpas com dirigentes do Cruzeiro. Tal característica continua fazendo parte de seu perfil. Uma das provas foi o post em sua conta no Twitter no qual manda o seguinte recado: "Não converso com empresário de ônibus. Não adianta me procurar."

Aliás, Kalil está abusando das redes sociais. Além do vídeo da UPA, o candidato aparece testando o transporte coletivo de BH. Ele começa ainda pela madrugada, no bairro São Gabriel, e faz a chamada baldeação, que é obrigatória para moradores de bairros afastados do centro da capital. A equipe de campanha já apelidou os testes de "Kalil Surpresa". "Não dá para andar em carroça sem amortecedor, que leva idoso e crianças a 100 km/h. Não dá", diz.

A estreia dele na política foi adiada. Seria candidato a deputado federal pelo PSB, em 2014. Desistiu da empreitada e disparou para todos os lados. "Eles me prometeram um monte de coisas e não cumpriram. Fiquei muito desanimado", disse, sobre os caciques do PSB. A passagem traumática fez com que se filiasse ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e, agora, quer vencer o pleito com o discurso de que não fará política. "O problema de BH é questão de coração. Tem de ter gente que tenha coração, que tenha cheiro de povo para resolver."

Rival confesso do Cruzeiro, Kalil disse várias vezes que, se eleito, governará para todos os torcedores. Azuis, inclusive. É difícil, contudo, desvencilhá-lo da trajetória à frente do Atlético. Nas ruas, no tradicional corpo a corpo com os eleitores, é seguido por várias pessoas e o grito de "Galo" não é difícil de se ouvir. Em 2013, alcançou o auge ao levantar a taça da Libertadores da América, em decisão histórica no Mineirão. O time estava há 42 anos sem conquistar um título de expressão. Foi Kalil ainda que bateu o pé para trazer Ronaldinho Gaúcho, que virou ídolo da torcida e um dos principais responsáveis pelo título continental. Se isso não bastasse, ele nasceu no mesmo dia em que o clube foi fundado: 25 de março. Seu pai, Elias Kalil, já falecido, também comandou o clube alvinegro, entre os anos de 1980 e 1985, período no qual conquistou cinco títulos mineiros. Além da vocação para dirigente de futebol, e do sangue árabe, o pai deixou como herança uma empresa de engenharia, a Erkal, fundada em 1965. Ao buscar apoio de atleticanos, americanos e cruzeirenses, Kalil promete competência para governar outra cidade, além da do Galo.

Propostas

Enchentes: a intenção é retomar as obras de contenção e desassoreamento de córregos, bem como de limpeza de galerias. Criar um eficiente sistema de prevenção durante todo o ano.

Educação: expandir as Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis), para triplicar o número de crianças matriculadas. Introduzir novas técnicas pedagógicas por meio do estímulo de tecnologias de apoio ao ensino, como tablets e sistemas de suporte à aprendizagem.

Trânsito e mobilidade urbana: renovar a frota de ônibus. Modificar o sistema de transporte da capital, que ainda tem muitas linhas passando pelo centro. Buscar no governo federal as verbas para a ampliação das linhas 1 e 2 do metrô e para a ampliação das linhas do Move. Elaborar um grande programa de Educação e Civilidade no Trânsito com o objetivo de diminuir o número de mortes, mudando a relação entre pedestres, automóveis, coletivos e motociclistas, concentrando atenções nos grandes corredores da cidade.

Saúde: criar uma central de atendimento eletrônica e física voltada para os serviços de saúde, encaminhando, orientando e conduzindo usuários. 
Fazer com que o Hospital Metropolitano do Barreiro opere com toda a sua capacidade. Possibilitar que o Hospital Risoleta Neves restabeleça o atendimento pediátrico. Desenvolver estratégias de combate à dengue e à gripe H1N1, com foco na vacinação e em ações nos focos do mosquito Aedes aegypti.

Cultura: debater com a classe artística ações importantes, como a implantação da Secretaria de Cultura. A cultura terá o mote da economia criativa, em que a prefeitura entra para regular e facilitar os programas de setores como artes visuais, teatrais, patrimônio histórico e artístico (incluindo especialmente a Pampulha), música e mídias. Restabelecer o diálogo com os responsáveis pela diversidade cultural da cidade.

Valorização do centro: recuperar as condições de segurança no hipercentro. Chamar o governo do estado para fazer uma força-tarefa e alocar recursos conjuntos da Guarda Municipal e Polícia Militar nas áreas mais críticas. Buscar uma saída para o impasse dos camelôs.
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Pensar permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar com ele de uma forma efetiva e de acordo com suas metas, planos e desejos.

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